Foi embora na noite, controverso ao seu tempo. Não quis saber de nada, não deu tchau, nem adeus para os que lá estavam. Foi embora com o vento batendo no seu rosto. O ar frio da noite cálida, ferozmente arredia em seu peito. Gostava da noite. Não gostava das estrelas nem da luminosidade que a lua produzia no chão onde pisava. Gostava da noite, do escuro e de tudo o mais que encobria o seu rosto. Sorria só para si. Todos os planos escorriam pelo bueiro no caminho para sua casa. Via as pessoas gargalharem nas vielas cheias de podridão e boemia. Não queria ter escolha nem vontade de estender-se junto à putaria que desembocava daqueles lugares escondidos. Gostava da noite. Inspirava-lhe a sensação de liberdade por caminhar solitário pelos retângulos das ruas. Gostava da rua. Às vezes o sereno que o céu mandava o fazia sentir um pouco de frio. Mas mesmo assim continuava pela noite adentro. Percebia somente a sua respiração. Era disso que gostava. Da solidão. Não importava com a vida. Era da noite que gostava. Chegou ao prédio. Não cumprimentou o porteiro. Entrou em seu apartamento. Deitou-se na cama. O gato pulou na cama para sentir o cheiro do dono. Cobriu-se para afastar um pouco o frio. Olhou pela fresta da janela o dia já começando a raiar. Fechou os olhos. Da noite era que gostava.
7 comentários:
Também gosto da noite, desse respirar o mundo a cada inspiração mais profunda. Respirar a solidão. Respirar-me.
Respirei-me :D
Beijões, Raphinha.
Caralho!!!!!
demais
muito bom, sugestivo....
muito de simbolismo
Muito legal o texto! E o blog tbm! Encontrei através do blog do jura. Vou continuar visitando! Parabens!
Tive uma idéia!
Vou arrumar minhas malas.
Culpa do teu texto...
;)
Meu beijo pra vc.
Muito bom, a gente se envolve com o texto.
Adoro a noite, prefiro a noite !
;)
Beijinhos !
bom texto
os amantes noturnos e os amantes da noite se indentificaram
que belo texto, raphael! esse atmosfera excita qq leitor!!
abração
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