segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

para fazer poesia
preciso muito mais que inspiração
muito mais que coração
muito mais que animação

para fazer uma poesia
preciso de musicalidade nos olhos
palavras no ouvido
e tempo de saudade na mente

para fazer poesia
preciso de sentimento
nem que seja pelas ondas que do mar fazem o meu som
nem que seja pelo cheiro das coisas

para fazer poesia
preciso apenas querer enxergar o que podem achar "não-poesia"
preciso ser velho
e ter conhecimento do mundo interior do meu silêncio

para fazer poesia
preciso precisar as imagens
as cores e os sabores
preciso crescer com os versos

para fazer poesia
apenas preciso "poemar" as palavras.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sentei à beira do caminho, e lá estava todas as coisas que conspiravam para a minha felicidade. Vi as coisas e pessoas que me davam orgulho, vi as que eu desprezava pois já não me tinham mais importância. Sentei para pensar na vida e vi a confusão que ela é. Vi que amores são sempre importantes para construir o ser humano, para destruir também. Mas sentado à beira do caminho da rua em que passa minha vida vi que eu podia entrar em uma avenida, lá o horizonte era maior, poderia ter várias respostas, propostas, apostas, e todas as quimeras desordenadas do que eu posso chamar de vida. Lá eu vi os olhos e cabelos que passaram por mim, os cheiros, os sorrisos, os olhares que me marcaram, já não os tenho quase todos comigo, somente alguns ou um, mas estão guardados na memória, pois nostálgico sou. Lá pude ouvir as músicas que mais gosto e rememorar os poemas que me fizeram ler, reler e reler sempre, para que os versos mudassem a cada leitura. Sentado à beira do caminho, continuo andando, em busca de outros lugares, outros olhos, sorrisos, olhares.


PS: Acho que não gostei disso, mas estou sem tempo pra escrever. (Foi feito em um dia de saudade)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O “laiá” que se ouvia naquela cidade tornava-a felizmente mágica. Sentia-se o alarido de vozes e pessoas cantando e entoando músicas do interior de um Brasil, em uma festa aonde todos são recíprocos. Bucólica e afastada davam a idéia de que para uma outra dimensão era transportada. À realidade voltava-se a cada momento de confetes e serpentinas pairavam no ar até o momento curto de caírem-se ao chão. Era notório o sorriso estampado no rosto de cada pessoa, de cada criança. Surtia efeito todo o colorido que enfeitava a cidade. Flores e mais flores gritavam aos olhos de toda a massa que passeava por entre as ruas e vielas, algumas de pedras, mas que continham história. A Luz às vezes fraca juntava-se aos corpos flamejantes de pessoas querendo se apaixonar, apenas no carnaval. Bocas estridentes juntavam-se inadequadamente e outras com uma adequação certeira. Quenturas inflamavam pelas paredes da igreja daquela cidade. Carnal era o desejo das pessoas serem felizes. Aí vinha a chuva, para refrescar e esfriar um pouco a consciência daqueles que já estavam satisfeitos com tantas cantorias. Amanhecia o dia e parecia que as memórias do dia anterior eram jogadas no lixo, mas não, essas lembranças são eternas, mesmo que para lembrá-las haveria de esperar por acabar toda a festa. Risos e sorrisos eram constantes, não haveria pudor nem despudor de os perder. O contágio que a música fazia aos ouvidos mais distantes mexia com algo no corpo. E lá naquela cidade se deixa a saudade do tempo interior para pensar e trazer prazer para o tempo posterior. Os olhos das pessoas encontravam-se e alargavam os lábios. As crianças tornavam a dança mais mágica e simples, faziam-nos levar a sério que a vida era apenas uma brincadeira, de criança, nesses poucos, mas cansativos, dias. Enfim, deixa-se a alegria, para transformar a vida em apenas vida. Sim, porque lá no meio da serra a cidade continua guardada, escondida para que a descubram apenas em uma outra oportunidade.


"escrevi este texto há dois anos. Tudo que ele remete é São Luís do Paraitinga, cidade a qual tenho grande admiração e paixão. Está passando por dificuldades agora mas tenho certeza que irá enfrentar isso com toda a leveza e felicidade que sempre encontrei lá. Passei e passarei os melhores carnavais da minha vida sempre sorrindo como neste verso: "O carnaval de São Luis é o paraíso, dê um sorriso, dê um sorriso""

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

se eu tivesse as qualidades de dar o nó na vida, faria da minha linha a sua entrância, para dela fazer o bordado a sós a dois. a cores, a flores, por amores.

é da linha de seda pura que faria do tecido transparente
a resplandecência de um sentimento.

por este pano não passaria nem a água salgada.

formaria a paz, a paz que eu preciso
de que nós dois precisamos desta paz.

enfim, por fim.

"É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha"