segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rebento

Rebento
De Luz em produção
De primeiro choro em voz aguda
Estridente
Rebento
De verde em profusão
De acalorada lágrima por nascer
Rebento
De águas profundas
De seres destemidos
De vida
Rebento
De destino sórdido
Obscuro e misterioso
De devaneios agnósticos
De ilusão
Rebento
Em vida brincada
Trancada e por vezes
Lançada
Rebento
De flores, frutos.
De vidas.
A sós.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Alguns sabores do meu ouvido.

De dia amanheço
Com o som de Bethânia entoando “O quereres” do mano,
À tarde tardeço
Com Ná Ozzetti, Ceumar,
Com as suas homilias degustativas e auditivas.
Em cada verso noturno
Amo com a agressividade, delicadeza e outrora despudor
Da Rita, da Maria, da Elis, da Marisa.
E no cansaço da minha noite cheia de fogo
Anoiteço e adormeço
À suavidade da Adriana.

Noutros dias
Seja à vontade da voz masculina fazê-los
Acordo com Caetano ou Milton fazendo-me crer no dia.
Inicio com vontade de enfrentar o jogo
Assim, ouço Moska, Vinícius e Jobim.
Almoço.
Poetizo-me com Chico, sempre Francisco
Entardeço, com a justificativa de o som que toca nessas horas
Tomar uma cerveja na boemia do fim de tarde
E agradeço a Paulo César Pinheiro e João Nogueira
Que me levam ao Deus dará da via escura da rua noturna
E ai não vejo as horas
Prevejo o amor.

Estrangeiro-me por divisas líquidas deste mundo
Atravesso mares e fico mudo
Ouço e minh´alma canta
Justifiquem ouvir “Do the evolution”
Para o grunge dentro de mim resplandecer.
É de Beatles afora de minha época que me transporto para a mesma.
Com mãos extravasadas que Diana Krall faz o jazz da minha contemporaneidade.
A voz de Norah Jones aguça minha poesia
A loucura de Winehouse eleva-me a evolução novamente.
Stones começa o rock da minha outra vida noturna
Fazendo-me dançar e cantar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O meu passo no seu olhar
O seu olhar no meu
O seu olhar no céu
O meu olhar no seu
O seu olhar no meu
No meu verso
Na minha alegria
Nem meu caminho no seu olhar
Nem seu céu no meu olhar
Nem seu olhar
Nem o meu.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Foi embora na noite, controverso ao seu tempo. Não quis saber de nada, não deu tchau, nem adeus para os que lá estavam. Foi embora com o vento batendo no seu rosto. O ar frio da noite cálida, ferozmente arredia em seu peito. Gostava da noite. Não gostava das estrelas nem da luminosidade que a lua produzia no chão onde pisava. Gostava da noite, do escuro e de tudo o mais que encobria o seu rosto. Sorria só para si. Todos os planos escorriam pelo bueiro no caminho para sua casa. Via as pessoas gargalharem nas vielas cheias de podridão e boemia. Não queria ter escolha nem vontade de estender-se junto à putaria que desembocava daqueles lugares escondidos. Gostava da noite. Inspirava-lhe a sensação de liberdade por caminhar solitário pelos retângulos das ruas. Gostava da rua. Às vezes o sereno que o céu mandava o fazia sentir um pouco de frio. Mas mesmo assim continuava pela noite adentro. Percebia somente a sua respiração. Era disso que gostava. Da solidão. Não importava com a vida. Era da noite que gostava. Chegou ao prédio. Não cumprimentou o porteiro. Entrou em seu apartamento. Deitou-se na cama. O gato pulou na cama para sentir o cheiro do dono. Cobriu-se para afastar um pouco o frio. Olhou pela fresta da janela o dia já começando a raiar. Fechou os olhos. Da noite era que gostava.

sábado, 4 de outubro de 2008

Eu não quero uma noite solitária

Sem lua, sem estrelas, sem nada.

Não quero revolta nem volta

Quero apenas um desejo,

Um trecho

A trajetória de um sorriso, um beijo

Quero estar seguro, preso, amarrado a um abraço.

Desatado da vida

Um bêbado sem saída.

Almejo uma proposta de fuga

Uma felicidade instantânea

Para uma madrugada a dois.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti



Letra da música Sutilmente do cd novo do Skank. Letra lindíssima, música também. Skank voltando com um ótimo pop. Gostei muito do cd.

Em uma catedral de Ribeirão Preto o dízimo poderá ser pago com cartão! Eu nem sei o que falar disso. Como tem gente idiota nesse mundo.