domingo, 27 de abril de 2008

Quem dera se pudessemos entender às vezes os que nos rodeiam. Seria o mar, a melhor escolha para viver e entender nós mesmos. Quem dera eu pudesse entrar no mar sempre, quiçá todos os dias, aí sim, poderia sentir que sal é apenas uma característica desse mistério.

Quem dera eu não fechar os olhos e entender as palavras.

Quem dera fizesse silêncio e os olhos abrissem.

quinta-feira, 24 de abril de 2008


A felicidade é espontânea
Não bate à porta
Entra e demora
Sai e não espera
Tento agarrá-la
Mas sinto-me como um chopp
Num dia quente
Bebo-o
Desce
Sou feliz depois de alguns muitos
Mas para o acaso,
Felicidade tem o seu fim...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Abra os seus olhos para os meus
Não deixe o amanhecer chegar
Não espere eu fechar meus olhos para dormir
Não deixe o sol clarear
O escondido significado que bate em meu peito
Vazio
Mas cheio aos olhares dos seus olhos aos meus
Não deixe chegar a hora de dizer tchau
Esquive-se da fuga e sinta que dentro das atitudes
Há razão para entender os sentimentos
Deixe escrever com meus olhos
A pureza, a inocência, o teor do que há em sentir.

Não,
Não deixe o amanhã chegar
Faça da noite a felicidade juntdo à lua.
Apenas repare os meus olhos
Nos seus.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

“Happiness only real when shared”

Em que ponto de nossas vidas podemos definir em que lugar, como, quando devemos ser feliz. Esses dias assisti a um filme recém lançado no cinema, Into the wild, para a quase sempre péssima tradução para o português, ficou Na Natureza Selvagem, este filme primeiramente, sem saber da história me chamou atenção por duas coisas, a primeira foi dirigido pelo Sean Penn, um dos melhores atores atualmente, e depois a trilha sonora do filme foi feita pelo Eddie Vedder, o vocalista de uma das minhas bandas preferidas, senão a preferida ao lado do Radiohead. Bem, fiquei em estado absorto com a história do filme, que é baseado em fatos reais. Em resumo, um jovem americano acaba-se de se formar na faculdade, tem todo o apoio da família, financeiramente principalmente, ganha de presente um carro pela conquista, mas algo está intervindo no seu modo de pensar e viver. Interiormente ele vive conflitos que o fazem pensar a maneira de se viver, o quão hipócrita sua família foi, o tamanho do espaço de tempo em que seus pais imaginaram uma felicidade que não existia. O lixo que o capitalismo causa na vida de cada um, tornando muita das vezes as pessoas arrogantes. À partir dessas questões ele resolve sumir de casa, sem deixar rastro nenhum, tem a intenção de chegar ao Alaska. Vai de carona em carona, passa por momentos incríveis, memoráveis. Conhece pessoas e aprende outros pontos do viver. Deixa emoção e cria emoção em suas próprias vidas. Todo mundo, se não pensou, uma hora vai pensar em fugir da cotidianidade e frivolidade do mundo, a rotina de cada um. O filme tem momentos de grande amargura, mas outros sublimes que nos fazem rir, simplicidades que nos fazem chorar. Vale a dica pra quem quer saber o que é ser feliz e fazer as outras pessoas felizes, até mesmo quando o fim da vida aparentemente não seja triste, mas pode-se dizer que viveu, e que foi feliz.

Tomei nota de alguns momentos do filme, que do silêncio me fizeram pensar e sorrir.

“Algumas pessoas se sentem como se não merecessem o amor. Elas desistem e se escondem, tentando cobrir os vazios do passado...”

“A única dádiva do mar são seus sopros severos e ocasionalmente a chance se de sentir forte. Eu não sei muito sobre o mar, mas eu sei que o caminho é por aqui. E também sei o quanto é importante na vida, não necessariamente ser forte, mas se sentir forte, se avaliar uma vez na vida, se encontrar pelo menos uma vez na mais antiga condição humana, encarar a cegueira, ficando surdo, com nada para te ajudar além de suas mãos e sua cabeça.”

“A felicidade só é verdadeira quando partilhada.”

domingo, 6 de abril de 2008

"... Vera, cujo ciúme, por mais pertubador que fosse, só fazia corroborar um dos poucos princípios que Rímini reconhecia em sua vida sentimental: não é de morte natural que morre um amor genuíno, mas banhado em sangue, sob os golpes que lhe assenta outro, não necessariamente genuíno - porque ali as leis do amor, cegas aos títulos de nobreza, não têm nenhuma miserricórida -, mas sim oportuno e, sobretudo, impelido por essa crueldade entusiasta que anima todas as emoções jovens." - O Passado - Alan Pauls
Estou lendo esse livro e em estado de êxtase deixo aqui esse trecho, quando terminar volto a comentá-lo.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Era perceptível o cheiro que ela deixou nas roupas e nos braços. Depois daqueles abraços, onde aços seriam pouco para medir as forças que haviam no quase sem espaço entre eles. Podia sentir e pegar o perfume como se colhesse as frutas de uma árvore ou as flores de um campo. Não queria exprimir o arrependimento de despedida. O que acontece ou aconteceu, bastou-se. Havia um batuque no peito no findar-se do olhar. Os dois estranhavam-se a cada passo que davam para trás. Relembraram os passos avante que anos atrás os fizeram cruzar estes mesmos olhares. Não queriam entender, mas buscavam um desacordo com o que estava por fim. Havia expressão, demasiadamente, de arrependimento. Esquecimento. Por um triz ele queria a vida dela novamente. Queria acordar ao seu lado todos os dias e passar a mão nos seus cabelos e com um beijo dar-lhe apenas: “bom dia”. Fazer do esquecimento o presente para não reparar nas desestabilidades o dia faria em fervor, distanciando-se da sua memória aqueles cabelos e aquele cheiro. Não queria apenas o olhar dela, queria o seu silêncio contemplativo.Mas desejava, também o entrelaçamento de suas pernas no momento em que a noção de hora os fazia esquecer desse mundo, rompiam com este. Faziam-se de amores, amantes. Abundava-se a maneira de fazê-la feliz. Fim era inexistente. Mas ela sempre lhe dizia que o sempre pode acabar num triz, como pode começar. Começou e após longo tempo findou-se. Ela quis se libertar. Não queria os mesmo beijos todos os dias e nem observá-lo a contemplá-la. Sentia-se como se um sinfonia iniciasse uma nova etapa no que se chamava vida. Ele por sua vez, afogou-se em mágoas. Lágrimas rolavam na triste expressão do seu rosto. Queria viver, mas a angústia o impedia. E como por um novo triz, noutro dia, sentado no bar da esquina de seu novo apartamento, lá estava um sorriso. Um novo olhar que se limitava a passar somente na direção dos dele. Pedia-se aquele momento uma paralisação e não impunha nenhuma resposta negativa ao seu coração. Tomou coragem, rompia-se novamente com o mundo, e apenas uma direção o fazia seguir. Das lágrimas tristes do outro dia, havia agora gotas de felicidade caindo sob seus olhos. Percebeu o mesmo cheiro, e mesma maciez nos cabelos e os mesmo olhos contemplativos e observadores de sempre. A volta nunca é um caminho distante e o início pode nunca ser tão novo como parece.