segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

e assim, por hora,
de quando em quando,
eu estiver com disposição para amar
vou me desvencilhar da solidão,
para com a cabeça entrar no tufão.

ter coragem,
para de quando em quando
eu quiser amar mais, passarei pelos temporais.

agora estou à vista da calmaria,
e de lá não posso ver a solidão,
nem o amor.

estou à companhia própria,
de tudo que esperei do amor,
de bom, só me restou a solidão.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

tô cansado,
tô sem vontade de fazer nada,
fazendo tudo.
tô sem fome de vontade,
sem amor,
sem inspiração,
sem luz para as minhas idéias.
tô sem gosto para a arte,
tô cansado, tô cansando da poesia.

"te deu saudade de um amor
que infelizmente já não há"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

tente me colocar à prova do medo
que farei de mim versos ilusórios,
farei tempo cadente
luz decadente
e vida ascendente.

tente me colocar o medo à prova
farei tristeza, beleza
transgredirei grito de dor em alegria

tente inventar o medo,
que por conseqüente:
inventarei a coragem
pra deixar de ter saudade.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Você seria minha bossa
Minha traça.
Teu cabelo enroscado no meu peito
Faria de mim teu enredo
Teu verso, minha prosa.
Teu sono meu sonho,
Acordado pela fé.
Meu medo, meu laia,
Meu samba, minha vida, meu povo.
Minhas estrofes, minha poesia.
Abraços guardados de saudade.
Faria uma lua somente para você
Transformaria a terra em mar,
Para sempre haver horizonte.
Deixaria posta em versos
Pra fazer-te poesia.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

a linha
a vida
a tripa
a vida
a acontecer
a lágrima
a tristeza
a felicidade
a facilidade
a amanhecer
a calar
a silenciar
a vida
a emoção
a vida

já não quero saber de nada, porém;
sei tudo (ou não)


"Preciso não dormir, até se consumar, o tempo da gente" - Todo o sentimento

sábado, 31 de outubro de 2009


E com aqueles olhos de Capitu você me olhava enquanto dançava, passava os pés no chão com folhas secas espalhadas, caídas do vento de outono. Seu vestido preto bordado com rosas vermelhas e a renda que sustentava seus seios faziam-me hipnótico perante aquele par de pernas circulares entre o marrom claro das folhas. Nos meus olhos havia mar, os quais pelos seus perdia o ar para amar. Havia tempo e falta de tempo nos momentos em que cruzávamos os olhares. Você me pedia para dançar junto. Meus pés não queriam voltar para o chão. Estava bailando com alma. Sentia outras folhas caindo pelos meus ombros, as árvores em volta faziam de mim verão e de você primavera. Fazíamos do outono nossa primavera. Toda a tristeza presente no céu de cores foscas você o transformava com apenas seu sorriso. Eu ficava parado, mas em meu peito meu coração pulsava ao sabor da música, ao movimento da sua perna, dos seus pés. Não me cansava, só dançava, dançava, dançava...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

o sol no meu horizonte
distante,
mas presente
imponete.
o mesmo mar, a mesma brisa
a mesma saudade.
os mesmos versos, a mesma poesia.
o que mudou?
apenas o tempo, presente na falta que o passado faz,
na distância a percorrer para o que virá.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009



intempestivo e louco
bravo e brando
branco e cravo
no teu ventre o meu colo
calma e distância
longevidade e saudade
você
para o meu dia bastar
a minha tarde descansar
e à noite me perder.
Para bastar o meu dia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Contarei nos dedos

Para desfolhar minha alma

Com calma.

Deixarei à vontade

trechos e desejos.

Terei paciência,

calma,

Pela alma.

Com os dedos jogarei as folhas de minh´alma

ao ar,

para construir.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Salve a minha partida

O meu partido

A fruta partida que pegarei do pé.

Salve o samba que me acompanhará na andança,

O rio da minha vida

Desaguando pela respiração.

Salve a fé, que às vezes, não tenho

Salve salve a minha Rainha

Que chegarei à sua frente

Ajoelharei e buscarei sua benção.

Salve o vento que repousará sobre os meus braços.

Salve salve minha Rainha.

Salve a mim neste momento de repousar.

Oxalá em minha paz.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Quero grafar no teu corpo as minhas vontades:

Nos teus pés o peso de minha alma.

Nas tuas pernas e coxas,

A saliva da minha língua.

No teu sexo a minha libido

No teu ventre o meu filho,

Nos teus seios a vida,

Nas tuas mãos as minhas mãos, caminhando.

No teu pescoço o meu cheiro,

Na tua boca a minha poesia,

Nos teus olhos o meu olhar,

No teu cabelo o meu gostar,

Nas tuas costas o meu abraço,

E nos teus ouvidos o meu amor.

sábado, 19 de setembro de 2009

Quando me pego por mais insano

É que estou a pensar em você

Ai, nem o ar me resta.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

pelo cheiro, pelos pelos, pelos cabelos
pelos travesseiros, pela pele, pela
pelas horas faltadas, perdidas, esquecidas
pelos lugares, olhares, talheres, comidas
pela falta de roupa, pelo toque, pelo
pelo tempo, pelo segundo, pela hora
pela falta do momento,
pelo roubo, pelo ladrão,
por seu olhos, d´água,
por perguntas e respostas
é pelos versos
que te trago pra perto.

"eu bem te queria fazer uma presa da minha poesia"

domingo, 6 de setembro de 2009




Barcelona.

Já ando mudando meus conceitos a respeito das cidades que tenho vontade de conhecer na Europa. Vicky Crsitina Barcelona é um Woody Allen puro, com requintes Almodovarianos, mas puro Allen. Com seus sempre bons, sarcatiscos, irônicos e interessantes diálogos e suas musas. Com nada menos que a sempre irresistível Scarlett Johansson, com seus tesudos lábios carnudos, Javier Barden, um grande ator já provado em Mar adentro e uma das atuações mais fantásticas em Onde os fracos não tem vez, e Penélope Cruz que me abstenho em comentar. O filme tem um roteiro delicioso, uma história mostrando a arte da vida, os prólogos da sedução e além de tudo a beleza da arquitetura de Barcelona. O filme vale por tudo, mas principalmente pela aula de sedução que os atores dão. Pessoalmente, já vale pelos lábios de Johansson. Vale a dica.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O meu fundo é azul

O meu claro é céu

Meu ar oceana.

Gasto o meu mar

“há mar em mim”

Há mares em meu cultivo,

Hospedo-me.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

se você passar pelo meu caminho

não me leve a mal

não se importe com os grilos e os gritos

delicie-se apenas com o silêncio.


se o meu caminho

passar por você

deixe-o entrar

mostrarei o peso das coisas

e balancearei meu mundo com o seu tamanho.


se o meu caminho e o seu caminho

estiverem no mesmo cantinho

cante e aponte

é para o horizonte que estaremos

indo em busca de uma ponte.

domingo, 16 de agosto de 2009

É um alvoroço o que passa pela minha cabeça,

Transpiro letras por meus dedos

Meu corpo palavra

Não sei se escrevo ou compreendo.

Transmito a sensação de estar só

De meus olhos não enxergarem o que necessito escrever.

Palavro para saber se tenho amor.

Viajo as noites intempestivas dos meus dias ensolarados.

Ouço o palavrar das minhas vogais.

O silêncio que não se cala do que digo.

Ouço e escrevo o que digo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O mesmo olhar

O mesmo sorriso

A mesma alegria

O mesmo mistério

A mesma dúvida

A mesma solidão

A mesma devastação

O mesmo coração solitário e solidário

A mesma amizade de sempre

A mesma alegria da solidão

O mesmo ponto de interrogação

Às vezes a mesma saudade de sempre.

Outras, só palavras.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

"Não votei no Sarney para ser presidente do Senado nem votei para ele ser senador no Maranhão" - Lula

"É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação..."


... mas tá difícil!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sentei à beira do caminho, e lá estava todas as coisas que conspiravam para a minha felicidade. Vi as coisas e pessoas que me davam orgulho, vi as que eu desprezava pois já não me tinham mais importância para mim. Sentei para pensar na vida e vi a confusão que ela é. Vi que amores são sempre importantes para construir o ser humano, para destruir também. Mas sentado à beira do caminho da rua em que passa minha vida vi que eu podia entrar em uma avenida, lá o horizonte era maior, poderia ter várias respostas, propostas, apostas, e todas as quimeras desordenadas do que eu posso chamar de vida. Lá eu vi os olhos e cabelos que passaram por mim, os cheiros, os sorrisos, os olhares que me marcaram, já não os tenho quase todos comigo, somente alguns ou um, mas estão guardados na memória, pois nostálgico sou. Lá pude ouvir as músicas que mais gosto e rememorar os poemas que me fizeram ler, reler e reler sempre, para que os versos mudassem a cada leitura. Sentado à beira do caminho, continuo andando, em busca de outros lugares, outros olhos, sorrisos, olhares.

quinta-feira, 23 de julho de 2009


Já passa

Copos de cerveja

Para comtemplar

O templo e o tempo da minha solidão.

Já não passa a chuva

E a luz fraca e amarelada

Deixa-me inquieto

Frente à saudade solitária

Que atrasa o tempo

Em que vivo a escrever.

terça-feira, 14 de julho de 2009


Quando há pulsação
Não existe entendimento
Não se descreve em palavra
Nem verso
Não é possível tê-lo nas maõs


"Meu coração vagabundo
quer guardar o mundo em mim" - Caê

sábado, 11 de julho de 2009

Disponho de gozo

Coço o osso

Desperto as flores vermelhas do caminho onde piso

Ouço o silêncio das outras folhas ao redor

Passo o descompasso

Dos meus pés

Ao tocarem o chão

E faço-os ossos doloridos

Que falam e expressam

Sentimentos ininteligíveis

Gozo o que disponho

Já nascem folhas verdes em meio às pétalas vermelhas

Essas que caem para os passos passados.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sinto fome de saudade

Sentimento pairado pela chuva

Que cai como sonânbulos pingos

Tentando explicar o corpo imóvel

Inerente, inerte

Perante tantos outros avassaladores

Que desestabilizam o momento

Em que sinto

Que sinto saudade da fome

Da sua ausência.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mar, mar, vasto é o mar
E imenso é o ar sobre o andar das ondas do mar
Se eu não soubesse o que é amar
Voaria pairando o mar
Para impor a forma de amar
Ao meu coração ignorado na imensidão do amar

Vasto é o mar
De quem ama o mar, o ar
Vasto é o mar
De quem a amar tenta afugentar
A solidão de quem não sabe amar

Vasto, vasto
Só pra quem sabe amar.


Replay

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bastam-me somente o seu olhar

E o silêncio.

Mas quando o seu sorriso

Entra em acordo com o meu pensamento

Já me perco, esqueço do mundo

Esqueço das pessoas em volta.

Podem as ruas mudarem de nome

As pessoas mudarem de cara,

Ficarei com o seu sorrioso

No meu olhar silencioso.

sexta-feira, 19 de junho de 2009


Hoje Chico Buarque faz 65 anos. Ele é o cara. O cara que me fez gostar de poesia, que me fez inspirar horas, noites, deitar e ouvir música a todo momento. Daqui a alguns dias terei um encontro com esse mestre, tenho certeza que apenas direi "obrigado" pelo autógrafo que dará em seu livro pra mim, mas já é o bastante. Salve Francisco sempre!

"Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio

Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos

É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento"

sexta-feira, 12 de junho de 2009


... e restam-me versos para declarar um amor... e sobram-me fagulhas para sentir saudades
já não me apeteço pelas coisas normais
já me fazem enchergar as anormais

aquela mornidade e longevidade da vida
quiça eterna
outrora bagunçada

sinto o cheiro
aquele perfume de rosas bastardas
por vezes cítrico
por hora esgotado pelo suor.

é... restam-me as saudades... sobra-me o amor para declarar em versos...
(inacabado) como o amor.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Porque senão, como seria essa vida,
Sei lá, sei lá" - Vanessa da Mata


Sinto, ressinto, assinto.
Sinto cheiro, lugar, tempo.
Desejo de passar por mar
Há mar dentro do meu peito
Esquecimento momentâneo
Ponto entregue, distante.
Doação distante da tensa solidão.
Não dançar com dois pés
Conviver com quatro
No mesmo compasso,
tom,
mesma sincronia.
Já sinto o mesmo cheiro de antes

Porém, inovado.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Há preso em meus dedos versos
que não me saem do pensamento.
Eles estao desenhados no papel
consigo enchergá-los, mas não pegá-los.
Há saudade nestes versos
Prosa em proliferação,
Há mais música que poesia,
Há diversão em contemplação.

Já não consigo vislumbrar as cores, nem os sabores
só vejo o caminho lançado de letras
e vertentes que me fazem crer que são versos escritos
e não imaginários.

Há textura nas passagens
nos paragrafos, nas linhas
posso pegá-los.
São pagãos, visionários,
são dito à dores,
salvos e sãos por algum momento,
por outros presos e inconsequentes.
Mas estão lá em direção ao horizonte
Matando a falta que me fazem
a capacidade de escrever uma poesia.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Escapo todo do tempo

Inconsciente e lento

Rebusco o busto estufado de enfrentamento

De bater asas e aproximar profundo

Vou levando a sério que me deixa desacreditado

(Ou não?)

Escapo do vento

Rápido e consciente

Deixo-o resvalar sobre meus olhos

E movimentar meus cabelos

Sinto a vida passar

Não com tento de horas em horas

Contente de dias a pino.

sábado, 2 de maio de 2009

O Leite derramado de uma vida? É por ai que Chico Buarque derrama em prosa em seu novo livro. A evolução de um escritor é notável neste livro. Chico, que em minha opinião é o maior compositor que temos, avança passo a passo neste delicioso livro. Chico derrama a memória branca de um velho já com seus 100 anos de vida, deleitada por esse mundo. Branca e não menos branda vida aproveitada. Memória azucrinada por lembranças hora do passado, hora recente. Senti várias influências neste livro, Machado é o mais claro, o ritmo da prosa, a dúvida de uma traição por sua mulher. Mas também me fez recordar o personagem de Cem Anos de Solidão, o Aureliano, que saia com todas as mulheres, tinha o corpo todo tatuado. Porém, apesar de todas estas influências que percebi achei o personagem muito peculiar, singular. Chico abraça o mundo da literatura como o da poesia e da música. É um grande mestre e um grande ser. Não é o melhor livro dele. Budapeste é uma obra-prima difícil de ser batida. Mas se derramar junto às memórias, e ao sarcasmo deste velho Assumpção é ótimo. Leitura recomendada.


domingo, 19 de abril de 2009

Claro! Em momentos atípicos, eu sento e (tento) escrevo. Mas daí eu acordo e sonho, e vejo que nada do que eu queria falar é o mesmo de quando eu estava dormindo. Vou esfumaçando brechas nos intervalos de cada período sonhado. Mas o meu sonho é acordado ou dormindo? É já não sei. Vou conspirar o mundo para saber. Quem sabe? Só eu posso desvendar? AH, mas ai é que está! O que seria do mundo sem sonhos? Acho que nem Freud explicaria! Quero dizer, acho que já exercitou o bastante por isso na sua passagem. Mas como o sonífero ilusório é complicado não!? Não sei se isso que estou escrevendo é um sonho ou uma realidade. Quem sabe!? Eu tenho que desvendar!? Pra quê? Pra quem? Ah, faço das partes de mim sonhos de mim. Faço a realidade que está lá fora não vingativa do que eu quero para o mundo, para conspirar ao meu universo. Não, não sou altruísta (às vezes, quem sabe?). Não, não vou parar de sonhar. Não vou preencher o mundo, vou colocar pensamentos em mim e farei de cada um o preenchimento do mundo meu. É isso.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Gosto de gosto com açúcar
Olhos com gotas de sabão
Pingos que transbordam de lágrimas
Gotas com gosto de sal
Saliva com gasto do gosto
Esgoto de tempero esgotado
Paixão de umidade seletiva.
Olhos com gosto de sabão
Espumas num piscar de olhos
Lágrimas em proliferação.
Felicidade de gosto e tato
Degustativa
De gosto ativo
De cheiro e de risada
De boca com sabão em bolhas
Bolhas de sabão
Salvarão a tempestade
Do gosto gasto
Dos olhos, da boca, do cheiro e da boca
Já em tempo passado e tarde.

segunda-feira, 23 de março de 2009

This is what you get

Não sei nem por onde, em que ponto começar a falar sobre o show do Radiohead, que presenciei em SP. Cansativo. Mas compensatório. Nunca na minha vida eu vi algo parecido. Claro, é a minha banda preferida. Mas não só por isso, músicos que uniram musicalidade, melodias inexplicáveis e um palco pra deixar na memória cada um extasiado. Momentos do show que eu me perguntava o que eu faria após sair deste show? Um dia depois, imagens, sons não me saíam da cabeça. Um rádio era a minha cabeça. Ouvi muita gente falar de que seria um show depressivo, mas eu nunca usei a música deles para momentos de tristeza, ou nunca ela me deixou pra baixo. Há algumas composições angustiantes, mas musicalmente eles me transportam para outro universo. Meus pés (já doloridos) me pegavam por acima do chão em certos momentos. Eu não acreditava no que estava vendo e ouvindo (estaria já em outra dimensão?). Por vezes fechava os olhos e sabia que não estava lá. Thom Yorke genial, voz, instrumentista. Toda banda, Ed O´Brian e John Greenwood sensacionais. E os fãs? Só quem estava lá para relatar. Imagens transpostas no telão? Muito cineasta deveria aprender com esse show. A sensação que tive ao deixar o local do show é de achar que dificilmente uma noite musical superará esta. E o cansaço? Tudo compensou. Até a fina garoa da tarde, já que estávamos em São Paulo, mas à noite, o céu estrelado, para uma noite tão especial e inesquecível.
"Everything in its right place"

terça-feira, 17 de março de 2009

Afague o meu pensamento
Abrace meus braços sem dizer adeus
Não solte do meu peito o sentimento
Carregue-o em suas mãos
Percorra com ele na sua vida
Transporte para o seu dia o meu sorriso
Marque nos meus olhos a tempestade dos seus
Não remova as surpresas nem deixe de presentea-las
Seja a fada que voa ao redor da minha cabeça
Faça-me sentir o cheiro repentino que sai de sua pele
A qual me faz chorar
Silencie junto comigo
Faça de dois seres apenas um
Ouça o silêncio
...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Versar, usar, amar
Tocar, cheirar, apreciar
Acariciar, sentar, abraçar
Temperar, confabular, deixar
Partir, andar...
Tudo isso misturado em um só sorriso.

terça-feira, 3 de março de 2009

Esbarro na saia do seu cabelo
De ouro que resplandece
A lua dos olhos seus e
Os átomos de minh´alma
Agitam-se em atmosferas distantes
O seu humor
O céu em humor
Há mar em tempo indefinido
Luz reluzente
Remanescente de sorriso seu
Aquele que me coloca em um trem
E vou beirando o meu infinito horizonte
As curvas da serra
Em pele clara, lábios cor de maçã.
Celestial vida ativa do meu ser
Ilusão dos olhos meus
Malícia do meu cheiro
Boca da minha boca
Notícia do querer bem que preciso.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Já não adorno mais o tempo silencioso e lento que estava preso ao meu peito. Já não distingo a expressão do sorriso calmo do meu rosto aos olhos redentores de uma outra face alheia ao que eu desejava. Já estou em apuros, ou não. O vento que ondulava feito cabelos esvoaçantes e o meu registro facial já não me faz mais o melhor homem do mundo. Estou à procura de nada, parado neste mesmo tempo. Não silencioso, mas lento. Estarei à mercê do que vier. Abrirei o mar do meu pensamento. Relevarei tudo o que puder e o que não puder ousarei usar a loucura. Já não me sinto mais o ser que carrega nas costas todo o sentimento desnutrido com o passar desse tempo. Já tenho a culpa transposta. Já imagino horas melhores. O mesmo tempo. Rápido mas silencioso. Já não martelo mais o mesmo prego nem a mesma erupção que antes me quedava. Um beijo bom com sal, um beijo bom com limão. Aquele que repugna que adira o estado antes silencioso e o faz musical. Já não cantarei sozinho o tempo e o vento antes ondulados já começarão a se movimentar.
“nothing is gone change my world” – Across the universe - Beatles

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Algumas pessoas são feitas para sorrir
Outras para ouvir música
Para tocar piano.
Algumas pessoas são feitas para ler Shakespeare
Outras para entender o que se passa com o ser humano.
Algumas pessoas são feitas para sentar à beira do rio,
Outras para deitarem-se na areia ao relento do mar.
Algumas pessoas são feitas para dançar,
Outras para sentir os batimentos cardíacos depois de uma noite de beijos.
Algumas pessoas são feitas para olhar o relógio tictaquear
Outras para se divertir sem tempo.
Algumas pessoas são feitas para envelhecer
Outras para saber que gosto e que cheiro tem a vida.
Algumas pessoas são feitas para viver,
Outras para amar.



Após assistir O curioso caso de Benjamin Button

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Era perceptível o cheiro que ela deixou nas roupas e nos braços. Depois daqueles abraços, onde aços seriam pouco para medir as forças que havia no quase sem espaço entre eles. Podia sentir e pegar o perfume como se colhesse as frutas de uma árvore ou as flores de um campo. Não queria exprimir o arrependimento de despedida. O que acontece ou aconteceu, bastou-se. Havia um batuque no peito no findar-se do olhar. Os dois estranhavam-se a cada passo que davam para trás. Relembraram os passos avante que anos atrás os fizeram cruzar estes mesmos olhares. Não queriam entender, mas buscavam um desacordo com o que estava por fim. Havia expressão, demasiadamente, de arrependimento. Esquecimento. Por um triz ele queria a vida dela novamente. Queria acordar ao seu lado todos os dias e passar a mão nos seus cabelos e com um beijo dar-lhe apenas: “bom dia”. Fazer do esquecimento o presente para não reparar nas desestabilidades o dia faria em fervor, distanciando-se da sua memória aqueles cabelos e aquele cheiro. Não queria apenas o olhar dela, queria o seu silêncio contemplativo. Mas desejava também o entrelaçamento de suas pernas no momento em que a noção de hora os fazia esquecer desse mundo, rompiam com este. Fazia-se de amores, amantes. Abundava-se a maneira de fazê-la feliz. Fim era inexistente. Mas ela sempre lhe dizia que o sempre pode acabar num triz, como pode começar. Começou e após longo tempo findou-se. Ela quis se libertar. Não queria os mesmo beijos todos os dias e nem observá-lo a contemplá-la. Sentia-se como se uma sinfonia iniciasse uma nova etapa no que se chamava vida. Ele por sua vez, afogou-se em mágoas. Lágrimas rolavam na triste expressão do seu rosto. Queria viver, mas a angústia o impedia. E como por um novo triz, noutro dia, sentado no bar da esquina de seu novo apartamento, lá estava um sorriso. Um novo olhar que se limitava a passar somente na direção dos dele. Pedia-se aquele momento uma paralisação e não impunha nenhuma resposta negativa ao seu coração. Tomou coragem, rompia-se novamente com o mundo, e apenas uma direção o fazia seguir. Das lágrimas tristes do outro dia, havia agora gotas de felicidade caindo sob seus olhos. Percebeu o mesmo cheiro, e mesma maciez nos cabelos e os mesmo olhos contemplativos e observadores de sempre. A volta nunca é um caminho distante e o início pode nunca ser tão novo como parece.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um grão de areia
Não dá a liberdade que preciso.
Desvencilho-me do tempo
E vou ao vento
Com as asas que a poesia me acalenta.
Sou de calma e de sonho
Viajo intempestivo na memória da minha vida futura
Cuido bem do que me quer
E me faz bem.
De passo a passo
Vou encontrando a minha paz.
Mesmo que na solidão
Faça de mim os momentos de saudade
Que à frente sentirei.
"Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom." - Camelo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

No seu sorriso
O meu sorrir
A claridade dos olhos seus
Reluzindo a minha felicidade.
O meu presente no seu olhar
Clara, lua, clara.
Paralisação do meu ser
Alegria de instantes desejados
Pele clara lua clara
Pelo claro do sorrir claro
Canto ausente entre vozes populares
Vento estacionado
Calor aflorado
Música de som em silêncio
Tudo por causa de um olhar
Todo por fervor de um sorrir
Essa menina, essa mulher:
Azul de mar dos olhos seus
Estio do seu tempo
No meu viver;
Este seu sorrir.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Não precisa mudar as cores
Os sons nem o tempo
Viver tudo o que eu quero de bom
É melhor que qualquer mudança.
Não precisa dividir o espaço
Acreditar no que fazemos
É preciso permitir
Fazer a melhor parte da vida com quem estamos
Decididos a viver
Vale qualquer coisa
Vale qualquer lágrima
Qualquer esperança, não importa.
Só interessa viver e estar feliz.