sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008




Desejo um dia prosaico
Treminá-lo em uma noite poética
Que ao negrume do céu noturno
não me restem apenas as estrelas
nem a soturnidade
mas, sim, a imensidão

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008





Silenciou num instante. Pôde admirar o silêncio que saia do seu pensamento. E assim, distanciou-se do mundo.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Um samba só
Um canto só
Uma palavra só
Um silêncio a dois
Um olhar aos olhos
Dois silêncios ao som
Ao samba
Um gole à cerveja
Um samba pra sambar
Uma roda
Um olhar
Dois olhares
Uma palavra
Cantada
Um suspiro
Uma volta envolta ao redor
Palmas ao estupor do samba
Um samba, novamente
Um mesmo olhar
Dois corpos grudados
E tudo ao redor deserto

E Silencioso...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008



O começo do fim, ou o final do ponto de um texto, uma passagem. Esse post vou dedicar a um esportista que me chamou a atenção a alguns anos atrás. Hoje o meu gosto, e principalmente nos dias de hoje, um dos únicos esportes o qual gosto de praticar é o tênis. E todo esse gosto devo a duas pessoas, ao Gustavo Kuerten e ao meu avô. Ao primeiro o prestígio que me fez ter pelo esporte e ao segundo por começar a me ensinar e jogar algumas vezes comigo. O Guga anunciou que esse ano para de jogar, não porque quer, mas porque não consegue mais. E esse é um cara que se pode chamar de Cara. Um carisma e uma genialidade ao jogar de impressionar. O rei do saibro, nos seus áreos tempos, vários títulos e 3 incríveis Grand Slam de Roland Garros. Lembro-me principalmente do último, um jogo emocionante contra o espanhol Corretja. De jogadas de tirar o fôlego e de uma esquerda inprescindível. Guga fez a cabeça de muita gente, chamou pra dentro da quadra muita gente, fez o brasileiro se apaixonar por um esporte que até então era bem pouco aclamado por aqui. Ao Guga só deixo um agradecimento de um fã. E que as lágrimas do começo do seu fim nas quadras são apenas marcas de felicidade juntas às alegrias de todos os seus fãs. Valeu Guga e valeu Larri (o grande treinador cara por trás).

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O “laiá” que se ouvia naquela cidade tornava-a felizmente mágica. Sentia-se o alarido de vozes e pessoas cantando e entoando músicas do interior de um Brasil, em uma festa aonde todos são recíprocos. Bucólica e afastada davam a idéia de que para uma outra dimensão era transportada. À realidade voltava-se a cada momento de confetes e serpentinas pairavam no ar até o momento curto de caírem-se ao chão. Era notório o sorriso estampado no rosto de cada pessoa, de cada criança. Surtia efeito todo o colorido que enfeitava a cidade. Flores e mais flores gritavam aos olhos de toda a massa que passeava por entre as ruas e vielas, algumas de pedras, mas que continham história. A Luz às vezes fraca juntava-se aos corpos flamejantes de pessoas querendo se apaixonar, apenas no carnaval. Bocas estridentes juntavam-se inadequadamente e outras com uma adequação certeira. Quenturas inflamavam pelas paredes da igreja daquela cidade. Carnal era o desejo das pessoas serem felizes. Aí vinha a chuva, para refrescar e esfriar um pouco a consciência daqueles que já estavam satisfeitos com tantas cantorias. Amanhecia o dia e parecia que as memórias do dia anterior eram jogadas no lixo, mas não, essas lembranças são eternas, mesmo que para lembra-las haveria de esperar por acabar toda a festa. Risos e sorrisos eram constantes, não haveria pudor nem despudor de perde-los. O contágio que a música fazia aos ouvidos mais distantes mexia com algo no corpo. E lá naquela cidade deixa-se a saudade do tempo interior para pensar e trazer prazer para o tempo posterior. Os olhos das pessoas encontravam-se e alargavam os lábios. As crianças tornavam a dança mais mágica e simples, faziam-nos levar a sério que a vida era apenas uma brincadeira, de criança, nesses poucos, mas cansativos, dias. Enfim, deixa-se a alegria, para transformar a vida em apenas vida. Sim, porque lá no meio da serra a cidade continua guardada, escondida para que a descubram apenas em uma outra oportunidade.