segunda-feira, 28 de julho de 2008

Fazes-me falta

Na festa da literatura em Parati deste ano me apaixonei instantaneamente por três mulheres. Vou comentar aos poucos cada uma delas. Começarei por Inês Pedrosa, uma escritora portuguesa, já tinha ouvido falar dela e assistido a algumas entrevistas, mas nunca tinha lido nada ainda. Ela participou de uma mesa com outras duas escritoras, Cíntia Moskovich e Zoe Eller com o tema Sexo, Mentiras e Videotape. Discutiram várias coisas, entraram-se no assunto, sempre chato, de qual a diferença entre literatura feminina e masculina, e como elas eu concordo que não há divisão. Adquiri o livro da Inês, Fazes-me falta, o qual ela autografou muito simpaticamente, escrevendo na dedicatória “Para Raphael (que tem nome de anjo e de personagem)”, coisa que até me emocionou. O livro é absurdamente fabuloso, deixa-nos inebriado de poesia, de sentimento, de fazer crer num amor, muitas vezes melancólico, mas outras, o amor que todo mundo vive, o amor carnal. A estória é recheada de um lirismo incomparável, é um dos melhores livros que eu li nos últimos tempos e com certeza será um dos meus de cabeceira. Através de uma impossível realidade, conta a morte de uma mulher precocemente, esta que escreve troca crônicas com o seu amigo-amante que restou na vida mundana. Fez-me emocionar várias vezes passagens e obrigatoriamente para quem admira uma literatura de excelente nível é certo esta leitura. Os dois personagens são adoráveis. A saudade e falta que um faz ao outro é ao mesmo tempo que angustiante, puramente belo. É isso, vale a dica. Ah! As outras paixões, outra hora eu conto.

“O dia desaparece no horizonte – menos um dia na minha vida, estou mais perto de ti.”
“Fazes-me falta. Não consigo te inventar”

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O meu amor tem limite
É convexo e desconversa.
Tem alma de exagerado e corpo que afaga
O meu amor sabe colocar ponto final no começo, meio e fim.
O meu amor não sabe amar
Despreza o possível
E afia o leal
Glorifica o tempo
É um cativeiro ambulante
O meu amor tem o pensamento da cor do sorriso dela.
Incendeia o gosto amargo de não saber amar.



“Quando o amor tem mais perigo
Não é quando ele se arrisca
Nem quando ele se ausenta
Nem quando eu me desespero
Quando o amor tem mais perigo
É quando ele é sincero.” - Cacaso

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Isso ai abaixo foi copiado do blog do Marcelino Freire, um cara, que sinceramente eu nao gostava muito, mas depois de ter sido atencioso na Flip passei a gostar e a prestar mais atenção no blog dele.

Então ai vai, entre aspas:

101 RAPIDINHAS EM HOMENAGEM A DERCY

[001] Cu.
[002] Cuzão.
[003] Buceta.
[004] Rola.
[005] Viado.
[006] Puta.
[007] Merda.
[008] Bosta.
[009] Pau.
[010] Caralho.
[011] Cacete.
[012] Pentelho.
[013] Corno.
[014] Vai te foder.
[015] Vai te lascar.
[016] Vai tomar no teu cu.
[017] Bundão.
[018] Fresco.
[019] Arrombado.
[020] Escroto.
[021] Enfia o dedo na buceta.
[022] E cheira.
[023] Seu safado.
[024] Chupa-pinto.
[025] Puxa-saco.
[026] Porra.
[027] Vai para o inferno.
[028] Filho-da-puta.
[029] Rapariga.
[030] Mané.
[031] Idiota.
[032] Imbecil.
[033] Besta-quadrada.
[034] Piranha.
[035] Porca.
[036] Babaca.
[037] Boiola.
[038] Vaca.
[039] Vai sentar na mandioca.
[040] Vai dar o oitão.
[041] Canalha.
[042] Salafrário.
[043] Patife.
[044] Ordinário.
[045] Vai catar coquinho.
[046] Vai à puta que o pariu.
[047] Ao diabo que o carregue.
[048] Seu mequetrefe.
[049] Bicha louca.
[050] Cagão.
[051] Seu tapado.
[052] Burro.
[053] Seu chupão.
[054] Vai queimar a rosca.
[055] Vai se danar.
[056] Seu cretino.
[057] Sua prostituta,
[058] Seu broxa.
[059] Vai à casa do caralho.
[060] Seu desgraçado.
[061] Pau no teu cu.
[062] Na tua boca.
[063] Vai comer cocô.
[064] Seu cara-de-cu.
[065] Cabaço.
[066] Galinha.
[067] Gilete.
[068] Seu peripatético.
[069] Sua quenga.
[070] Vai ver se eu tô na esquina.
[071] Vai plantar batata.
[072] Seu sacana.
[073] Seu rabudo.
[074] Tarado.
[075] Vai dar o boréu.
[076] Seu cachorro.
[077] Sua cadela.
[078] Seu proxeneta.
[079] Vai cair de língua no bagre.
[080] No cabeçote.
[081] No fumo-de-rolo.
[082] Seu banana.
[083] Aloprado.
[084] Cafajeste.
[085] Maricona.
[086] Sua lacraia.
[087] Perdida.
[088] Vadia.
[089] Putona velha.
[090] Mulher-de-ninguém.
[091] À-toa.
[092] Perua.
[093] Prejereba.
[094] Vênus-de-rua.
[095] Seu palhaço.
[096] Verme.
[097] Seu pigmeu.
[098] Vai à merda.
[099] E vai à forra.
[100] Que eu já fui.
[101] Fodeu!

hehehe

segunda-feira, 21 de julho de 2008


Segunda-feira. Entro na locadora e claro não há quase nenhum filme para alugar, mas acabo encontrando um quase na hora de desistir de achá-lo. Invasão de domicílio. Não me empolguei pelo título, mas sim pela atriz, Juliete Binoche, sempre uma grande atriz. Também não podia faltar o Jude Law, que vem me perseguindo nos filmes ultimamente, mas ele é um bom ator. Não vou desmembrar a estória aqui pra não perder o clima, mas é simples, surpreendente e bela. Mostra-se como o amor pode ser curado a partir de um erro, ou de erros. Como a falta de alguém causa acontecimentos inesperados. Em um certo momento o personagem do Jude Law vira para a esposa e fala: “Estive atrás de um amor. Por ai.”. Ela o interpela: “E o encontrou?”. Ele: ”Tive medo de perder o grande amor da minha vida. Perdi?”. Não é um filme de amor, mas sobre pontos de vista do amor. Há formas de perdoar e magoar. Há momentos para ser sincero. Passagens da vida em que a sinceridade faz o perdão. O filme é uma arte. Belíssimo. A direção é do competentíssimo Anthony Minghella. Vale a dica!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Álias

Esta saudade instalada no meu peito não me revigora, só aumenta a vontade de ver aqueles olhinhos dos quais anos e anos eu os vi me olhar e tomar conta. Recordo-me de belas e engraçadas histórias e sinto ainda o cheiro de coisas que fazias para mim. Vem encalacrada no meu nariz a memória do bolinho de São João que me ensinaste a fazer quando criança, como se fosse hoje o odor da massa daquele bolinho frito permeia pelo ar do meu consciente. Sinto o gosto do açúcar misturado à canela no meu pensamento. Aguça-me também o paladar do leite com erva-doce queimada com açúcar que me fazia quando estava com gripe e com dor de garganta. Vejo-me assistindo televisão até altas horas da noite e em certo instante sinto-me levado pelos braços de um anjo até a cama. Por outras vejo-me deitado na cama bem arrumada aos pés da sua cama e observo-a rezando, quando podias ajoelhar-te, ou quando sentada mesmo orava a Deus e nas minhas recordações pedia a esse mesmo Deus a benção a todos nós. Causava intrigas entre os filhos que àquela época não me interessavam e hoje muito menos ainda, apesar de que hoje acho engraçado, dava mais movimento e união à vida da família. Ah! Que saudade e que vontade de receber um abraço, sei que todos os abraços que me deu foram sinceros. Que vontade de passar a mão em forma de carinho nos cabelos brancos como a neve que você tinha. E às vezes em que estourávamos pipoca para assistir aos programas do Silvio Santos aos domingos? Outra muitas que me pedia para ir à padaria comprar um doce escondido para se deleitar no que te era proibido? É vozinha, foram oitenta e nove anos que fizeste parte da nossa vida, mas hoje já passa dos noventa o tempo descontínuo que está na nossa memória. Serão incontáveis as vezes que lembrarei daquele último abraço, senti vontade de chorar naquela hora, mas fui forte, achava que não era a última vez. E hoje deixo gravado em simples palavras não apenas para dizer felicidades, onde quer que estejas, mas sim, para, com os olhos marejando as lágrimas que iniciam a sua trajetória no meu rosto, escrever simplesmente, que tens o meu amor e a minhas saudades eternas.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Assisti esses dias um filme que me chamou muito a atenção, My bluberry nights, que no Brasil traduziram, pessimamente, para O último beijo. Enfim, chamou-me muito a atenção para como o filme foi dirigido e a estória muito original. O dono de uma doceria que guarda a chave dos clientes que as perdem e sabe mais ou menos a história de cada um deles. Mas o filme, sobretudo, tem uma delicadeza de imagens e cores muito bonita. Surpriendentemente é a boa atuação, e estréia, da Norah Jones no cinema, e claro, não poderia faltar a sua sempre boa música. Aliás a trilha é ótima, com uma versão muito legal de Try a little tenderness. A minha apaixonante Natalie Portman dá as caras na tela também. Em um certo momento há uma imagem de um sorvete derretendo em cima de um bolo, o que dá a idéia de um beijo. O filme está nos cinemas ainda, mas vale a dica! Ahh, o diretor é o chinês Wong Kar-wai.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Este copo de whisky
afaga-me a saudade
de ter um abraço.
De que cada dia,
é um dia a menos para sentir
Saudade.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Parati

Dá-se uma bucolidade para quem vai à Parati
Brotam-se pedras das ruas
E flores nos tetos das casas
Sente-se um ar diferente no entre caminhos de ruelas
Vê-se o céu de um outro modo
Diz-se de um lugar perdido, único no tempo.
O mundo é uma miragem sentado à beira-mar
Faz de sentimentos aflorados nos bares praças gramados
Parati lhe dá algo inexplicável
Talvez, a tradução do que é poesia
Na alma do ser humano
Deixando o gosto que vale uma vida
Passar os dias em
Parati.