sábado, 31 de outubro de 2009


E com aqueles olhos de Capitu você me olhava enquanto dançava, passava os pés no chão com folhas secas espalhadas, caídas do vento de outono. Seu vestido preto bordado com rosas vermelhas e a renda que sustentava seus seios faziam-me hipnótico perante aquele par de pernas circulares entre o marrom claro das folhas. Nos meus olhos havia mar, os quais pelos seus perdia o ar para amar. Havia tempo e falta de tempo nos momentos em que cruzávamos os olhares. Você me pedia para dançar junto. Meus pés não queriam voltar para o chão. Estava bailando com alma. Sentia outras folhas caindo pelos meus ombros, as árvores em volta faziam de mim verão e de você primavera. Fazíamos do outono nossa primavera. Toda a tristeza presente no céu de cores foscas você o transformava com apenas seu sorriso. Eu ficava parado, mas em meu peito meu coração pulsava ao sabor da música, ao movimento da sua perna, dos seus pés. Não me cansava, só dançava, dançava, dançava...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

o sol no meu horizonte
distante,
mas presente
imponete.
o mesmo mar, a mesma brisa
a mesma saudade.
os mesmos versos, a mesma poesia.
o que mudou?
apenas o tempo, presente na falta que o passado faz,
na distância a percorrer para o que virá.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009



intempestivo e louco
bravo e brando
branco e cravo
no teu ventre o meu colo
calma e distância
longevidade e saudade
você
para o meu dia bastar
a minha tarde descansar
e à noite me perder.
Para bastar o meu dia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Contarei nos dedos

Para desfolhar minha alma

Com calma.

Deixarei à vontade

trechos e desejos.

Terei paciência,

calma,

Pela alma.

Com os dedos jogarei as folhas de minh´alma

ao ar,

para construir.