terça-feira, 22 de junho de 2010

Para Mago


Os olhos magros e cegos

Brancos e ternos;

Os olhos de Blimunda: hipnotizadores;

Os olhos de todos;

os olhos da mágica do mago.

Nas andanças pelas ruas de Lisboa:

De mentes dadas vão Ricardo e Fernando.

A caveira, o fim, o essencial, o que resta do ser humano:

no escuro de uma caverna.

A ilha de um paraíso desconhecido,

ou a ilha navegante pelo ar-mar.

As gotas de sangue pingadas na tigela,

sem o olhar do Dono, já fraco e estarrecido,

feito um humano qualquer pregado à cruz.

Os olhos meus, a atenção de todos,

duplicada como se os outros também nós o fossem.

Todos os nomes, todos! Perdidos, achados, organizados.

A dês-culpa de Caim.

Tudo isso: do Pilar de sua vida

para pular à outra vida (ou não)

e assim,por fim, talvez: entender as intermitências de uma morte que o veio buscar,

para levá-lo em pó pra onde tudo começou, Azinhaga.

“No dia seguinte ninguém morreu”

Um comentário:

JURA disse...

BELÍSSIMA HOMENAGEM