segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando seus temores já não te passam mais medo,
quando seus heróis estão entrando ou escrevendo histórias,
quando eu trago meus olhos para perto do seu pensamento,
quando meu pensamento sorri com seu olhar,
quando eu apenas estou voltando ao mundo sem preocupação,
quando eu não me movo mais e apenas os fantasmas brincam,
quando eu mudo meu pés um para cima do outro,
quando o trem noturno assobia a sua despedida,
quando as sensações já não são sentimentos,
quando as sensações são apenas idéia para voltar amanhã,
quando eu apenas dedilho os versos do meu falar na minha mente,
quando os velhos tempos são boas memórias,
quando mudanças são apenas para deixar saudade,
quando acaba a hora de escrever para sentir-se livre,
quando acaba a hora da leitura,
quando a música de fundo vai diminuindo,
quando meus olhos vão se fechando,
é hora d´eu escrever sonhos,
é hora de dormir.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Felicidade ao vento (uma história de amor-clichê)

Quando ele chegou de frente ao mar lá estava ela deitada na areia, sozinha e sentindo, de olhos fechados, a presença do sol. As pernas longas, o corpo modelado e moreno, os cabelos esvoaçados pelo vento. Ele pensou em todo o clichê mundano do “amor à primeira vista”, mas ficar observando-a era apenas uma questão de estar, de tempo, de felicidade. Mesmo apreensivo resolveu chegar mais perto dela. Ao se aproximar conseguiu ouvir o som exalado pelo calor do sol e ver a água do mar que quase chegava a aqueles pés:

- Parece loucura, mas sua beleza é maior que toda esta praia.

Ela com medo, a princípio não respondeu, apenas sorriu.

- Parece loucura, novamente, mas é apenas o que gostaria de dizer.

Levantou-se e foi caminhando de volta para a saída da praia, andava de costas para o adeus ser desfechado pela minimização daquela mulher.

Ela foi embora com aquele homem e seu elogio no pensamento, talvez com um arrependimento de não ter pronunciado nenhuma palavra.

Melhor sentir e viver pra depois só dançar com as imagens na memória e ter uma história pra contar num domingo qualquer.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Na varanda,
ao som do ar,
à luz do vento,
variando a sua mente,
iluminando a sua frente,
para o tempo descansar.

A canção do cheiro da flor de laranjeira,
na varanda,
vadiando para deitar o corpo olhando o céu,
para destrinchar os buracos da lua,
e contar estrelas,
na varanda.