sábado, 10 de novembro de 2007

Parou no ponto de ônibus e subitamente teve a idéia e a vontade de voltar. Não sabia pra onde ir nem a que lugar gostaria de ir. Só lhe vinha à cabeça o desejo repentino de voltar. Assim, como nuvens são inconstante no céu de um dia instável, resolveu segui-las. Percebeu que elas o levavam de volta para o seu apartamento. Pode perceber o quão preocupadas eram as pessoas que passavam ao seu lado. O dia era bonito, belo, brilhante, mas ultrajantemente diferente para ele. Caminhava e só havia uma direção no seu pulsar. Seu apartamento. Queria seu quarto e sua sala de volta. Queria ter tudo ao seu redor, como poucas horas antes ao sair de casa para a faculdade. Chegou à frente do prédio respirou fundo e perguntava se era aquilo mesmo que ofegava no seu ouvido o que deveria fazer. Subiu as escadas, degrau a degrau começou a pensar em como era bom voltar. Sentiu saudade. Colocou a chave na porta, girou. Entrava na sua vida solitária. Tudo escuro lá estava. Abriu as cortinas. Sentou-se no sofá. Olhou o teto. Pegou o álbum de fotografias e rememorou momentos que gostaria que voltasse. Tinham dito pra ele que esses estavam com os dias contados já. Que não adiantava ele lutar com o sentimento que jorrava dentro do seu peito. Lembrou de músicas que ouviram juntos. De momentos que beberam uma cerveja. Tudo se transformou em poesia. O olhar que lançava para aquelas fotos. Colocou música no aparelho de som. A música era Let Down do Radiohead. Começou a chorar. Rememorou várias músicas que marcaram outros vários momentos com todos que sempre o rodeava. Em certos instantes não conseguia enxergar o rosto das pessoas nas fotografias. Aquilo era o passado. Ligou para ver se atendia. Foi ignorado. Abriu a geladeira. Lata de cerveja. Sentou-se novamente. A música agora era No surprises. Ficou estático em uma foto até o momento de dormir. Estava quase adormecendo. Só tinha uma imagem nos seus olhos, fechando. Não conseguia ver nada além. O além para ele era um sorriso.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ah..
q lindo.

Qlq dia desses eu seguirei as nuvens tbm. Mas acho q não será a minha casa, o destino final.

beijooo, Rapha!

Eu* disse...

Bem, sou eu a mais nova frequentadora de seu blog. To gostando de ler seus textos. Muito bons, mesmo!

Este me leva aos meus mais escondidos pensamentos, cheios de saudades....

Ouvir Radiohead numa hora dessa é de quebrar o coração....! rsss

bj, tudo de bom! Gisele
www.vivervalelapena.blogspot.com

La Masturbación disse...

Achei teu blog não sei como cara. E curti! Gostosa a forma como coloca indecisões, movimentos e etc.

Aparece lá no meu para intercambiarmos! heheh

Abraços,
Fernando

Leo Sousa disse...

Conseguí imaginar cada momento da sua descriçao e nao sei pq o protagonista sempre pareceu ser você mesmo.. até faz sentido, afinal no mínimo vc sentiu tudo isso

[]'s

leo

Si disse...

É sempre bom seguir seus desejos. Estou tentando seguir os meus, mas o caminho não é rumo a minha casa.

Si disse...

Muito linda essa descrição. Acompanhei cada passo dessa viagem e me senti dentro dela.
Beijos, moço sensível.